Não sei se és apenas desejo,
prazer ou volúpia...
Não sei se os teus lábios
são beijados ou apenas selváticamente mordidos...
Não sei se apenas cerro os dentes
quando o prazer obriga ou se te sinto...
Não sei se o prazer
do teu corpo também é sentir
ou apenas a fricção dos corpos...
Não sei se o serpentear
das nossas línguas
é apenas um instinto selvagem
ou um acto de amor...
Não sei se o nosso olhar
é apenas malícia ou ternura...
Não sei se os teus seios,
são os teus seios
ou apenas mais uma imagem do desejo...
Não sei se a húmidade do teu sexo
é a nossa cúmplicidade mais profunda ou apenas mais uma fantasia sem rosto...
Não sei se te amo ou se apenas me deleito no teu corpo...
Não sei se prazer e amor
poderão ser sinónimos...
Não sei...
Não sei se a tua lingerie
te torna mais bela,
ou te transforma na minha prostituta privativa...
Não sei se os nossos gestos nos pertencem
ou se não passam de imitações...
Não sei se os nossos gestos nos pertencem
ou se não passam de imitações...
Não sei se existe espaço no meu imaginário
para te amar a ti, tal como és...
Não sei se não somos ambos
vítimas do erotismo e da pornografia mediática...
Não sei se ainda
poderemos amar-nos
sentindo-nos...
Lembrando-nos que aqueles
corpos somos nós,
as nossas lágrimas,
os nossos beijos e abraços,
os nossos sonhos e temores...
Não sei se ainda reconheceremos
os gestos mais puros e ingénuos...
Não sei se ainda seremos capazes
de misturar orgasmos com lágrimas..
Não sei, mas tenho
a certeza absoluta que tu sabes...
Barão de Campos
Barão de Campos